segunda-feira, 28 de junho de 2010

# Dicas para economizar água

Por Marcelo Cypriano

CHUVEIRO – Os chuveiros disponíveis no mercado gastam entre seis e 25 litros de água por minuto, conforme modelo e pressão da água. Um banho de 15 minutos com o registro meio aberto gasta cerca de 240 litros. Atitudes simples como fechar a água enquanto se ensaboa e diminuir a ducha para 5 minutos baixam o consumo para 80 litros, três vezes menos. Um chuveiro com sistema redutor de água – pequena peça plástica facilmente instalada no cano – pode economizar até 80%.

BANHEIRA – As banheiras mais comuns têm capacidade média entre 150 e 200 litros. Encher totalmente uma banheira para um banho de imersão equivale a uma ducha de 15 a 20 minutos. Encha a banheira até a metade ou menos, mantendo a mesma água durante o banho.

PIA DE BANHEIRO – As torneiras de pias de banheiros e lavabos liberam cerca de 9 litros por minuto, ou um consumo de 12 litros por dia (média para uma pessoa realizando quatro lavagens de 20 segundos). Ao escovar os dentes durante 5 minutos com a torneira ligada, gastam-se em média 45 litros de água. Escove os dentes com um copo de água e a torneira fechada. Ao fazer a barba, coloque um tampão na pia, encha-a somente um pouco, molhe nela o barbeador, sacudindo-o dentro da água para tirar os pelos das lâminas.

VASO SANITÁRIO – Um terço da água gasta em uma casa é usado pelas descargas – cerca de 10 litros cada vez que uma delas é acionada. Regular a bóia da descarga para que utilize menos água ou instalar um reservatório de duplo depósito pode gerar uma economia de 20% a 40%. O reservatório duplo tem uma válvula com dois botões, um para dejetos sólidos e outro para líquidos. A cada dia, mais imóveis aderem ao aproveitamento da água da chuva, dos telhados e calhas, direcionada para as descargas.

PIA DE COZINHA – Lavar a louça com a torneira meio aberta durante 15 minutos representa um consumo de cerca de 100 litros de água. Deixe os talheres e pratos de molho em água ensaboada dentro da pia ou em uma bacia antes de lavar. Não deixe a torneira aberta enquanto os ensaboa, abra-a somente para enxaguar. Deste modo, você gasta só 30% da água que gastaria, e faz o mesmo trabalho.

LAVADORA DE LOUÇA – Uma máquina com capacidade para 44 utensílios como copos, pratos, tigelas e panelas e 40 talheres gasta cerca de 40 litros por vez. Utilize a máquina apenas quando ela estiver completamente ocupada. Evite ligar para lavar pouca louça.

TANQUE – Uma lavagem com a torneira meio aberta pode gastar um pouco mais de 200 litros em apenas 5 minutos. Deixe as roupas de molho e utilize a mesma água para uma nova lavagem.

LAVADORA DE ROUPA – Além de muita energia, uma máquina de lavar roupas consome até 100 litros de água por lavagem. Veja quantos quilos de roupas secas sua máquina pode lavar e use a carga completa sempre que possível. Se não chegar à carga completa, escolha o programa de “meia carga”, que gasta menos água e será suficiente. A água ensaboada descartada pela máquina pode ser usada para lavar pisos da garagem, do quintal, da calçada. Reserve-a em baldes e aproveite.

MANGUEIRA – Geralmente são usados 230 litros de água para lavar um carro e 260 litros para regar um jardim ou horta por 15 minutos. Prefira um balde e esponja pra lavar o carro, e enxágue com balde também. É melhor usar regadores ou baldes para regar as plantas. Se tiver mesmo que usar mangueira, faça-o no fim do dia ou durante a noite, pois se o fizer ao sol, a maior parte da água evapora antes de penetrar completamente no solo.

PISCINA – Uma piscina doméstica pequena ou média pode perder até 3,8 mil litros de água por mês apenas com a evaporação – e muito mais que isso em piscinas de clubes, escolas ou condomínios, principalmente se estiverem ao ar livre. Se esta água perdida fosse tratada para beber, seria suficiente para uma família de quatro pessoas por um ano e meio. Se for colocada uma cobertura na piscina (capas sintéticas feitas sob encomenda), a perda de água por evaporação pode ser reduzida em até 90%.

Fonte: Projeto Centro Cultural das Águas

sexta-feira, 4 de junho de 2010

# Golfo do México – Desastre anunciado

Basicamente toda fonte de energia apresenta impacto ao meio, com diferentes graus de intervenção ambiental. Além de ser um combustível fóssil finito, o petróleo sempre é lembrado por problemas ambientais causados após a sua utilização, ou seja, pela sua queima e a de seus derivados. Quando utilizamos gasolina e óleo diesel para movimentar motores de carros, motos, caminhões, aviões e outros meios de transporte, estamos liberando grandes quantidades de carbono, aumentando sua concentração na atmosfera e contribuindo, assim, para o aquecimento global do planeta.

Porém, outro grave problema muitas vezes é deixado de lado e só volta à tona quando há acidentes como o derramamento de petróleo no Golfo do México ocorrido no final de abril. O risco de impacto ambiental inicia-se juntamente com a implantação da infraestrutura para extração do petróleo, passando pelo manuseio e chegando ao transporte do produto até as refinarias. Até mesmo os caminhões-tanque com derivados do combustível (gasolina, diesel, querosene, etc.) são passíveis de acidentes e podem contaminar áreas importantes, florestas e recursos hídricos de uma região.

Detalhe da imagem NASA MODIS tirada a partir do satélite Aqua em 25 de abril de 2010 mostrando a mancha de petróleo no Golfo do México.

Detalhe da imagem NASA MODIS tirada a partir do satélite Aqua em 25 de abril de 2010 mostrando a mancha de petróleo no Golfo do México.

O derramamento de petróleo no Golfo do México pode se transformar no maior desastre ambiental, relacionado ao petróleo, da história. A projeção da área atingida é de aproximadamente 1.500 quilômetros de águas e praias que ficarão contaminadas por meses ou até mesmo anos, destruindo a fauna e a flora da região prejudicada. Além disso, a pesca será arrasada por um longo período com reflexos econômicos incalculáveis.

De qualquer forma o desastre não é o primeiro nem será o último, principalmente quando o fator econômico se sobrepõe a qualquer outro interesse. A explosão da plataforma Deep Water Horizon, localizada a cerca de 70 km da costa de Nova Orleans, não é uma novidade. Enquanto não forem controlados os vazamentos no fundo no mar e efetivadas todas as análises, os impactos desse desastre dependerão de inúmeras variáveis que incluem fatores naturais, correntes marítimas, fatores climáticos, propriedades do petróleo, controle do fluxo e todos os esforços envolvidos para contenção e limpeza da mancha espalhada.

A dificuldade momentânea é conter os cerca de 750.000 litros de petróleo que vazam diariamente das válvulas abertas no fundo do mar. Traçando um comparativo, durante a primeira guerra no Iraque, em 1991, as forças iraquianas derramaram 135 bilhões de litros de petróleo em território kuwaitiano. Outro exemplo é do poço Ixtoc I que explodiu em Campeche, no México, em 1979, espalhando mais de meio bilhão de litros de petróleo antes que o vazamento fosse controlado. E um dos mais conhecidos desastres da história, o acidente com o petroleiro Exxon Valdez, em 1989, contaminou 2.000 quilômetros de um intocado litoral na região do Alaska com 41 milhões de litros de petróleo, matando milhares de aves marinhas, águias, focas, lontras e orcas.

Equipes tentam limpar o petróleo derramado pelo Exxon Valdez – março de 1989. Foto: Jim Brickett. Licenciada pelo Creative Commons Atribuição vedada a criação de obras derivadas 2.0 genérica.

Equipes tentam limpar o petróleo derramado pelo Exxon Valdez – março de 1989. Foto: Jim Brickett. Licenciada pelo Creative Commons Atribuição vedada a criação de obras derivadas 2.0 genérica.

Segundo informações de especialistas, o tipo de petróleo que está vazando do poço é mais leve que o espalhado pelo Exxon Valdez, permitindo a queima e a utilização de dispersantes que ajudam a reduzi-lo.

Tão incerto quanto os estragos ambientais será o impacto econômico. Economistas preveem prejuízos em torno de 1,5 bilhão de dólares incluindo pesca e turismo. Porém, ainda é muito cedo para afirmar o tamanho do impacto.